Os profetas são solitários, pois o seu destino é, na maioria, nunca serem ouvidos. Veem muito mais do que os outros admitem.
"Se você quiser se deliciar vendo e ouvindo um gênio exprimir suas ideias, basta consultar a entrevista de Isaac Asimov, concedida em 1988, quando ele tinha acabado de lançar seu 381º livro, “As far as the human eye could see”. Ao morrer, quatro anos mais tarde aos 72 anos, Asimov havia publicado 463 títulos catalogados, sem contar artigos e outros escritos que elevam o número de publicações a um total muito superior a meio milhar.
É imprescindível contextualizar a entrevista na época em que foi concedida, pois é exatamente isto que a torna extraordinária. Para os que não viveram aquela época: computadores pessoais existiam, sim (o IBM PC havia sido lançado sete anos antes), mas eram raros. A imensa maioria deles não eram conectados e dificilmente se encontrava um em uma residência. A Internet já existia, mas pouco mais era que um meio de troca de informações – basicamente, arquivos – entre meios acadêmicos." (Extraído de FORUM PCs)
O que diria Asimov, a respeito da guerra de direitos autorais que se trava na Internet há mais de 10 anos? Se estivesse vivo, talvez ele mesmo tivesse criado algo similar ao Copyleft (*) para seus livros, tanta era a vontade de escrever e divulgar sua obra. Afinal, visão e criatividade era o que não lhe faltava.
Não está na hora de mudarmos os paradigmas que norteiam esses direitos?
Quando a Internet surgiu, para se ter e-mail era necessário pagar. Hoje as empresas os fornecem de graça.
Os celulares, ao usá-los, pagava quem ligava e, também, quem recebia a ligação.
Tudo isso mudou, através de estratégias de venda indireta de outros produtos.
E o mundo do entretenimento (música, cinema) não quer mudar, porquê? Com certeza não deve faltar criatividade nestas empresas! Deve haver mais ASIMOVs neste mundinho...
(*) Criado pela Fundação Software Livre (FSF), o termo surgiu como
brincadeira em contraposição a Copyright (em inglês, right significa “direito” e left, “esquerdo”) e
acabou se tornando sério. Um software livre é aquele que está liberado
para uso, cópia e alterações. É possível mexer no programa, criar
aplicações e corrigir erros, deixando todas essas mudanças igualmente
liberadas para mais alterações.